quinta-feira, 23 de julho de 2015

Resenha em Série: Pablo Escobar, O Senhor do Tráfico


Nunca fui muito de assistir séries, nunca conseguia começar a assistir uma, sequer acompanhar até o fim. Porém, quando encasqueto com uma, é vício na certa. Já que acompanhar pela tv é quase impossível para mim e pela internet é um saco, o Net Now veio para me dar uma forcinha.  

Quem me recomendou essa série foi - olha só - meu pai. Era engraçado porque ele ficava comentando as histórias do Pablo para todo mundo. Bom, férias, tempo ocioso, vários nadas para fazer... Sacomé, fui ver.

Baseada no livro A Parábola de Pablo, de Alonzo Salazar e a proposta de Pablo Escobar, O Senhor do Tráfico, produzida pela tv colombiana Caracol, é desmistificar a imagem dessa figura para as novas gerações que não viveram o horror da época em que ele esteve no comando. Abrindo com a frase "Aquele que não conhece sua história está condenado a repeti-la", deixa claro que a intenção não é cultuar a imagem do traficante, já que essa ainda é uma questão delicada por lá. Criadores da série, Joana Uribe e Camilo Cano, são familiares de duas das mais notáveis vítimas de assassinato Escobar, o candidato à presidência Luis Carlos Galán e o jornalista Guillermo Cano, por exemplo.



Para quem não sabe, Pablo Emílio Escobar Gavíria foi o maior chefão do tráfico de todos os tempos, além de personagem chave na história contemporânea da Colômbia. Para vocês terem uma ideia, no auge do Cartel de Medellín, lá nos anos 80, eles tinham nas mãos cerca de 80% do tráfico mundial de cocaína e Escobar chegou até a ser eleito o sétimo homem mais rico do planeta pela Forbes.

Não é muito difícil entender porque a série se chama El Patrón del Mal no título original pois para ter tudo o que teve, muito sangue foi derramado. Envolvido em guerras contra cartéis concorrentes, com o governo e até com membros da sua própria organização, O Senhor do Tráfico gastou muitas balas e dinamites, assassinando desde bandidos inimigos a sócios, capitães a soldados, juízes a Ministros da Justiça, candidatos à presidência a jornalistas e no meio disso tudo, muitos, muitos inocentes. Calcula-se cerca de 5 a 10 mil mortes atribuídas a ele.

Por outro lado, era muito querido em sua cidade, sendo considerado até um novo Robin Wood lá pelas bandas de Medellín. Foi eleito vereador e deputado, sonhava em ser presidente da República. E no meio dessa loucura toda, ainda dá pra ver um lado humano nesse cara ao vê-lo chorar desesperadamente pelos familiares mortos ou chamando a filha de algodãozinho.

A série para mim se mostrou mais que uma mera telebiografia del Patrón. Refleti bastante, inclusive, reconheci aqui no Brasil mesmo diversas situações parecidas. Polícia corrupta, políticos idem. Ou joga o jogo ou... Bang bang. O sistema é bruto, amigos. O dinheiro leva o ser humano a fazer coisas absurdas. Quanto a Don Pablo, não sei vocês, mas ele me lembra muito uma versão contemporânea de Lampião com um pouco mais de dinheiro e até tem um quê de Hitler sem tanto poder (nem aquele racismo nojento).


No Brasil, Pablo Escobar, O Senhor do Tráfico passa no canal Globosat + e como de costume não oferece versão em áudio original. Inclusive, não sei porque cargas d'água nenhum canal da globosat oferece essa opção.  Gostaria de treinar o pouco de espanhol que tenho, poxa. A dublagem é sofrível, foi a única coisa que me incomodou. Mas não se preocupem, encontrei no youtube dublado, em espanhol sem legenda e, se não me engano, espanhol com legenda em inglês.

Você só vai precisar de fôlego, porque são 72 capítulos de 45 minutos. Quase uma novela, né? Porém, se você se interessa pela história contemporânea da América Latina, gosta de biografias, quer entender como as coisas nesse ramo funcionam ou sei lá... Pode começar a assistir, tipo, agora.



De tão interessada no assunto, pesquisei loucamente sobre o Cartel de Medellín na internet - além de pesquisar passagens para a Colômbia e procurar cursos de espanhol, hihi - e descobri que vai rolar outra série sobre o assunto no Netflix. E mais, será digrida por José Padilha (o mesmo de Tropa de Elite, que eu adoro). Sabem quem vai interpretar o Pablo? Wagner Moura. Achei meio nada a ver, até o próprio Wagner disse que não se achava a melhor escolha para o papel, mas... ele é muito foda, vamos ver no que vai dar. Pelo que vi, Narcos tem um ponto de vista mais americanizado então não sei muito bem o que esperar. Verei e contarei o que achei para vocês.

Ah, vou sempre fazer resenhas de séries, filmes, livros e de qualquer coisa que achar legal por aqui. O que acham?

6 comentários:

  1. Adorei seu ponto de vista,belas palavras

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  2. Adorei seu ponto de vista,belas palavras

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  3. A dublagem é sofrível mesmo, mas vou assistir até o final!

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  4. Tenho que ser sincero. Ao assistir e pesquisar sobre Pablo, lendo também alguns livros coloco ele como uma incógnita. Tudo que aconteceu de ruim na Colômbia se atribuiu a ele e suas atitudes. Uma pena ter tanta coisa em cima e não poder acompanhar realmente qual foi a história desse grande comerciante e psicopata. Recomendo a você o livro do filho dele e do Popeye com uma visão diferente sobre Pablo. Hoje em dia, ficaremos apenas com as visões.

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