sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Dom Casmurro - Machado de Assis

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Sempre tive um preconceito com os clássicos, seu português antigo e sua linguagem complexa. Além de que eu sabia que um dia eu teria que lê-los por bem ou por mal, e ler por obrigação é algo que eu simplesmente odeio. No entanto, nos últimos meses, ao assistir aulas de literatura, fiquei bastante curiosa com esses clássicos. Em especial, Dom Casmurro. Um dia, após uma aula de português em que a professora comentou sobre o livro, saí correndo para a biblioteca da escola para pegar um para mim e tirar de uma vez por todas as minhas próprias conclusões sobre Dom Casmurro.

Resumindo, Dom Casmurro conta a história de Bentinho e Capitu, que tinham um amor proibido devido a uma promessa feita pela mãe dele que o destinou para ser padre. Bentinho acabou indo para o seminário, mas eles acabam vencendo essa barreira e se casam, vivendo uma vida juntos conturbada pelo ciúme e a dúvida, pois o filho deles muito parecia com o melhor amigo de Bentinho, Escobar. Isso gerou uma das discussões literárias mais polêmicas que já vi. Capitu traiu Bentinho ou não?

Nem irei comentar sobre detalhes como a capa pois nunca vi um clássico ter uma capa bonita e interessante, Dom Casmurro não é exceção. Quanto à linguagem antiga e complexa, vi que nem tinha muito o que temer, peguei o dicionário pouquíssimas vezes para procurar uma ou outra palavra estranha. Mas ainda assim, não posso negar que por ser um livro antigo a leitura é um pouco mais lenta que o costume.

Geralmente as pessoas da minha idade costumam não gostar do livro, talvez até porque a maioria tenha lido por obrigação. Ler por obrigação é uó. Mas eu gostei e gostei muito. Não posso dizer que é meu livro favorito, porém, é com certeza um livro muito empolgante e enigmático que entrou na minha lista de favoritos.

No início eu até gostava de Bentinho, mas quanto mais as páginas passavam, mais eu achava que ele era meio maluco. Já Capitu era esperta, sabia mentir e era um mistério só. Adorava o José Dias e seu superlativos, mas ainda acho que ele era um baita de um interesseiro. E Escobar deveria ser um cara bem sexy, só acho.

Se Capitu traiu ou não? Sei lá. Ainda não cheguei à uma conclusão. Acredito que nem mesmo Machado sabia se ela traiu ou não. E entre informações controversas, uma dissimulada e um neurótico, um narrador que parece conversar com o leitor e diversas interpretações possíveis (já li até uma resenha que dizia que Bentinho e Escobar eram gays!), Dom Casmurro conta uma das maiores histórias da literatura brasileira.

Talvez fosse necessário mais que uma leitura para fazer uma resenha decente, mas não me contive e vim logo dizerr minha opinião. Dom Casmurro é de fato um livro ótimo e na minha opinião, merece todo o respeito e fama que tem. Recomendadíssimo, como diria José Dias. Lerei novamente em brave.

Dom Casmurro me abriu os caminhos para ler mais livros clássicos. A biblioteca da escola de agora em diante será cada vez mais frequentada por mim e eu lerei esses livros sem nem mesmo precisar de um vestibular pela frente para isso.

Vocês já leram Dom Casmurro? O que acham de ler por obrigação?


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Eu estive lá

Beyoncé

Cintos afivelados, assentos em posição vertical, mesas fechadas. Hora de partir. O cinza só apareceu no céu paulistano quando fui embora, uma pena, já que queria um friozinho. Incomodava-me com a secura, o calor e a poluição. Meu nariz ardia, eu desejava uma boa dose de maritimidade. Não que eu estivesse com saudade, São Paulo é caótica mas é justamente essa a graça da coisa.

Encostei-me a um ombro amigo e olhei para a janelinha. Já vi um filme parecido antes, um sonho que ficou pra trás. Dessa vez, mais rápido, mais perto, menos inédito. Nem por isso menos inesquecível.

Eu lembrei cada momento que vivi ali. Olha só o que fizeram por mim! A garganta ardia, os pés doíam e eu amava os sintomas que me davam provas que aquilo era realidade, afinal, nunca pulei, gritei, cantei tanto na minha vida inteira. Senti-me grata, tinha muita sorte. 

Ao sentir a barriga esfriar e o ouvido doer com a decolagem, tudo o que fiz foi fitar as densas nuvens enquanto chorava quietinha e degustava as memórias daqueles dias. Desciam pelos meus olhos gotas de felicidade, vazio, amor e saudade.

Envergonhei-me ao perceber que me viram daquele jeito, afinal não costumo demonstrar emoções em público. Decidi então enxugar as lágrimas e apreciar meus momentos memoráveis entre as quatro paredes do meu quarto, fazendo agradecimentos por telepatia ao meu pai maluco que faz uma maluquice dessas só por mim. Só pra me ver feliz.

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